Objetivo deste Blog

Ninguém ensina ninguém. Tampouco ninguém aprende sozinho. Os homens aprendem em comunhão. Mediatizados pelo mundo.” (Paulo Freire)

Portanto, o objetivo da criação deste blog é para viabilizar a troca de experiências educacionais entre os educadores das escolas jurisdicionadas à SRE-Caxambu e com o mundo.
Afinal, educação é tudo de bom!

sábado, 14 de maio de 2011

Alfabetização e Letramento

Novidade!
" Ler não é decifrar, escrever não é copiar".
(Emilia Ferreiro)

     Embora distintos, o processo de alfabetização e letramento são complementares. Não há necessidade de acontecer um primeiro para depois o outro. O ideal é alfabetizar letrando. Como? É simples: não espere o seu aluno saber ler para dar um livro a ele. Esse pensamento já está ultrapassado. Como o aluno irá saber da importância da leitura e escrita se não ver a sua utilidade?
Então, professor alfabetizador, para alfabetizar você terá sim que utilizar um método, pois é um processo que exige uma sistematização. Porém, não um método sinônimo de manual, de artefato pedagógico que tudo prevê e que transforma o ensino em uma aplicação rotineira de procedimento e técnicas. Hoje em dia fala-se em método misto ou eclético, o importante é pegar o que há de melhor em cada um deles, porém, a sequência dos métodos são os mencionados na postagem anterior, não dá para o professor inventar um método, ele apenas recria e atualiza os já existentes.

Precisamos, urgentemente, refletir e propor alternativas no sentido de ministrar um ensino que proporcione a “alfabetização” e o “letramento” de nossos alunos, entendida a primeira como a aquisição do sistema de escrita convencional e o segundo como o desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita. (SOARES, 2004)

     Continuando sobre como alfabetizar e letrar, é importante que o professor não se prenda somente às letras e sílabas, sem contexto, mas que proporcione ao aluno o convívio com um ambiente alfabetizador, o contato com os mais diferentes gêneros textuais, assim, além de aprender a ler e escrever, ele aprender a utilizar este saber nas práticas sociais. Afinal, eu escrevo para que e para quem.... eu leio o que, por que, para que.... Não faz sentido ler por ler, escrever por escrever.... Deste modo, nunca se conseguirá o desenvolvimento do gosto pela leitura, pois esta se tornará uma atividade massante para o aluno.
      
     FERREIRO & TEBEROSKY (1980), com a “psicogênese da língua escrita”, defenderam uma concepção de língua escrita como um sistema de notação, que no nosso caso, é alfabético. Constatação de que os alunos precisariam compreender como este sistema funciona, descobrisse o que a escrita notava, entender que o que a escrita alfabética notava no papel eram os sons das partes orais das palavras e que o fazia considerando segmentos sonoros menores que a sílaba (reconhecimento dos fonemas)
        A teoria psicogenética pregava a necessidade de possibilitar que os alfabetizandos se apropriassem do sistema de escrita alfabético a partir da interação com diferentes textos escritos em atividades significativas de leitura e produção de textos (conceito de letramento, difundido por SOARES, 1990).

       Alfabetizar sem o uso dos “padrões silábicos”, parte-se da idéia de que a alfabetização deva ultrapassar o simples ler e escrever e conduzir a outras práticas sociais, imprimindo novas relações, conhecimentos, formas de linguagem e bens culturais. Nessa perspectiva, os alunos precisam ser envolvidos em situações concretas de produção de significados, seja na leitura, seja na produção de textos. As mudanças nas práticas dos professores não são frutos de uma aplicação direta da teoria na prática, mas se relacionam a um processo de produção/fabricação de saberes na ação, para o qual concorrem vários aspectos.
          No entanto, apesar dos avanços, uma boa parte dos professores alfabetizadores ainda lança mão de muitos aspectos tradicionais para ensinarem o sistema de escrita alfabético.
          Percebemos, ao visitar as escolas jurisdicionadas à SRE-Caxambu, que a grande maioria dos professores utilizam o método silábico. Não há problema algum em utilizar este método, se é este o que o professor domina mais, tem mais segurança, é lógico, se não estiver dando certo,ou seja, o aluno não estiver se alfabetizando, é melhor procurar outro método. Mas o que não queremos e não pode acontecer é o professor ficar na sala de alfabetização "cantando" as famílias silábicas sem um contexto, sem um texto, sem um pretexto.
          Vivemos na chamada “Sociedade do Conhecimento”, na qual a linguagem é fundamental para que se possa trabalhar e exercer a cidadania. Assim, acreditamos que o investimento na formação teórica e prática dos futuros professores é um dos elementos fundamentais na reversão do quadro educacional dramático que hoje presenciamos.


BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 2ª ed. São Paulo, ed. Contexto, 2004.
 

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